segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Avril Lavigne - The Best Damn Thing

Gênero: Música
Classe: Pop/Rock
Artista: Avril Lavigne
Álbum: The Best Damn Thing
Ano (Lançamento): 2007
Destaques: "Runaway",
"Innocence", "Hot".

Sucedido pelo grandioso disco "Under My Skin", o novo álbum de Avril Lavigne não veio para inovar como os dois primeiros, mas provavelmente veio para agradar os fãs e os ouvintes das rádios.

Com seu marco inicial em meados de 2002, o primeiro álbum da canadense "Let Go", nos relevou uma nova tendência no cenário do pop, num melhor estilo pop/rock com canções autênticas e radiofônicas. A dose se repetiu, numa versão mais madura e obscura, com o soberbo "Under My Skin", disco que consagrou-a como uma das melhores cantoras da atualidade. Fenômeno de vendas com ambos trabalhos, é notável que a responsabilidade de um projeto contínuo no quesito de qualidade é preocupante para os fãs da musa, principalmente quando a mesma entra em um hiatus de quase três anos.

Os anos fora do cenário musical foram suficientes para a cantora decidir a que horizonte seu novo projeto seguiria. Nesse intervalo de tempo, a canadense casou-se com o rockstar Deryck Whibley (vocalista da banda Sun 41), explorou o mundo cinematográfico - com pequenas participações em "Os Sem-Florestas" e "Nação Fast Food - Uma rede de corrupção" - e até mesmo foi ao festival de Cannes, presenciar de perto o mundo da sétima arte. Experimentou também o mundo da moda, pousando de modelo para inúmeras revistas. Definitivamente, sentiu o gosto de cada trabalho que se distancia de seu maior dom, a música.

Nessas condições, a cantora se mostrara madura e segura para voltar aos estúdios. Escalando produtores de nomes como Dr. Luke e Butch Walker e juntamente com seu ex-guitarrista Evan Taubenfeld e a talentosa Kara DioGuardi, Lavigne compôs todas as canções e co-produziu a maioria. Suas canções refletem tudo aquilo que a cantora enfretara ao decorrer do tempo, felicidade constante e libérrima. E é exatamente nisso que o disco tende de faixa pra faixa, a busca de músicas radiofônicas e divertidas. Mas infelizmente, peca na tentativa frustrante de tornar cada canção com os mesmos elementos, principalmente pelo abuso de refrões chicletes, composições clichês e a sonoridade demasiadamente idênticas às outras. Perde pontos à toa.

Para os menos íntimos da língua inglesa, "The Best Damn Thing" traduz como "A Melhor Coisa", já no linguajar dos fãs imprudentes ou até mesmo na informalidade do álbum - propositalmente - "A coisa mais fod*". E é realmente nisso que a cantora insiste em seu novo disco, em autenticidade, ousadia, sobejo. O carro-chefe "Girlfriend" nos revela uma Avril ousada e pertinaz, principalmente quando grita no refrão chiclete: "Ei ei, você você, não gosto da sua namorada". A mesmice se repete na faixa-título do álbum, na tentativa de uma auto-dominação da "rainha do drama". Em "I Can Do Better" a pop-teen agressiva de "Losing Grip" retorna aos palcos e já em "Runaway", positivamente faz referência a "Who Knows".

Sem esquecer dos méritos da musa-teen, as melhores coisas do álbum definitivamente são as baladas. Impossível não se emocionar com a aprazível "Innocence", onde a mesma expressa de um sentimento utópico. Avril nos encoraja com "Keep Holding On", com a mensagem de quebrantar-mos as dificuldades da vida e realmente enxergarmos o lado bom das coisas. A radiofônica "Hot" nos leva ao delírio, principalmente com o refrão grudante - "você é bom pra mim" - acompanhado de uma repetição de vários "baby". Em "When You're Gone", ressalta a essência de bons arranjos e vocais semelhantes ao hit "I'm With You" e de quebra, nos presenteia com uma maravilhosa composição romântica e nostálgica.

Concluindo, o disco se divide em duas partes distintas: a Avril das canções repetitivas e clichês e a Lavigne das maravilhosas baladas românticas e de essência lírica. Não é nenhum tipo de alter-ego duplo no álbum, infelizmente a cantora pecou na condução das diversas finalidades do disco. Com acertos e erros, dos três é o álbum menos marcante e inovador de sua carreira, mesmo com músicas tão boas. Todavia, de longe em fazer jus ao título do cd.

Nota: 7/10

2 comentários:

  1. Nossa, perfeito... só discordo de você não ter citado "I Don't Have to Try", a melhor música desse cd.

    Adore-te Ale, mto bom o blog!

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  2. Muito bom o texto. Infelizmente não sou ouvidora desse estilo musical, mas gostei demais da estrutura dos seus textos. Parabéns, conte com uma nova leitora.

    Beijinhos

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